CRISE GEOPOLÍTICA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

CRISE GEOPOLÍTICA PRESSIONA LOGÍSTICA GLOBAL E REFORÇA IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Um dos efeitos imediatos da trégua entre Estados Unidos e China nos últimos meses foi a reconfiguração das rotas marítimas. Com o retorno do comércio entre as duas potências, muitos navios foram redirecionados da rota Ásia–América do Sul para o corredor transpacífico, com o objetivo de abastecer os estoques norte-americanos. Esse movimento provocou uma disparada nos fretes nos últimos dois meses e aumentou a imprevisibilidade logística.

Situação semelhante já havia sido vivenciada no Brasil, quando os armadores, ao evitarem o Canal de Suez em 2024, devido aos riscos de pirataria e conflitos, estenderam a rota Ásia–Europa em até 15 dias, reposicionando suas embarcações.

Controles de exportação e o aumento do congestionamento em portos estratégicos na Europa, China e Estados Unidos agravam ainda mais o cenário. A instabilidade no Oriente Médio — especialmente em torno do Estreito de Ormuz — também acende alertas sobre possíveis interrupções em rotas críticas.

Esse contexto evidencia o quanto o transporte marítimo é vulnerável a fatores geopolíticos — com efeitos ainda mais severos para países em desenvolvimento, como o Brasil, que possuem menor capacidade de adaptação rápida em termos logísticos e tecnológicos.

No modal aéreo, a instabilidade no Oriente Médio tem imposto desafios adicionais, como o fechamento de aeroportos, alterações forçadas de rotas e acúmulo de cargas na Ásia — região que depende dessas rotas para posicionar mercadorias na Europa e na América do Sul.

Para a indústria nacional, que depende fortemente de insumos e máquinas importadas, a volatilidade nos fluxos logísticos impacta diretamente os custos, os prazos de entrega e a competitividade, tornando essencial:

• Diversificar fornecedores e mercados;
• Fortalecer a infraestrutura logística interna;
• Ampliar o conhecimento sobre as dinâmicas do comércio internacional.

A sobretaxa de 50 % imposta pelos EUA sobre as exportações brasileiras — anunciada por Trump em carta de 9 de julho — não afeta diretamente as operações de importação, uma vez que essas são reguladas por decisão soberana do Brasil.

Diante desse cenário desafiador, a logística reafirma seu papel como fator decisivo para a competitividade nacional. Investir em inteligência de mercado, fortalecer acordos comerciais regionais e planejar com base em diferentes cenários são ações estratégicas para garantir a sustentabilidade dos negócios e ampliar o protagonismo do Brasil no comércio exterior.

A Sertrading está pronta para apoiar esse movimento.


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