Cargas perigosas e nova legislação
23 de setembro de 2025
Cargas perigosas: aumento de acidentes reforça a importância da nova legislação
Nos últimos anos, uma sequência de acidentes envolvendo
cargas perigosas
chamou a atenção das autoridades e de toda a cadeia do comércio internacional. Colisões, afundamentos, incêndios e perdas de contêineres demonstram o
impacto
que irregularidades na documentação, no acondicionamento e no transporte desses produtos podem gerar — não apenas em
custos logísticos, mas também
no meio ambiente e na segurança pública.
Em março de 2024, uma colisão no porto de Baltimore revelou que a embarcação envolvida transportava mais de 760 toneladas de materiais perigosos, incluindo baterias de íon-lítio, substâncias corrosivas e inflamáveis.¹
Em setembro do mesmo ano, a perda de quase 100 contêineres na costa da África do Sul reforçou os riscos associados ao transporte marítimo de cargas críticas.
Já em maio de 2025, o afundamento de um cargueiro na costa da Índia, com produtos como carbureto de cálcio e óleo combustível, acendeu alertas sobre vazamentos tóxicos em áreas costeiras.²
Casos semelhantes vêm se repetindo e evidenciam a vulnerabilidade global diante do transporte de cargas perigosas.
Esse cenário ganha ainda mais relevância quando comparado a dados oficiais. Em 2024, 11,39%³ das remessas inspecionadas no Brasil apresentaram algum tipo de irregularidade, segundo dados setoriais. Entre os problemas mais recorrentes estão:
• Produtos perigosos declarados incorretamente;
• Documentação incompleta ou fora do padrão;
• Embalagens inadequadas ou em desacordo com as exigências técnicas.
Falhas que, mesmo quando pontuais, representam riscos concretos de acidentes com consequências graves, como incêndios em alto-mar, contaminação ambiental e perda total da carga.
NBR 14725:2023 moderniza regras para produtos químicos perigosos
A nova
ABNT NBR 14725:2023
representa um avanço significativo na elevação dos
padrões de segurança, eficiência e responsabilidade
nas operações que envolvem produtos perigosos no Brasil. A norma atualiza e consolida as diretrizes para classificação, rotulagem e documentação desses produtos, agora alinhadas aos padrões internacionais.
Entre as principais mudanças, destaca-se a substituição da tradicional FISPQ pela
Ficha com Dados de Segurança (FDS)
— documento técnico que se torna o novo padrão de mercado e passa a ser obrigatório por lei, reforçando a necessidade de conformidade e rigor técnico em toda a cadeia logística.
A FDS deve conter
16 seções obrigatórias, com informações detalhadas sobre composição, manuseio, medidas de emergência, riscos físicos e químicos, entre outros aspectos. A norma também incorpora os critérios do Sistema Globalmente Harmonizado (GHS) da ONU, promovendo
maior padronização e segurança
na comunicação de riscos, tanto no mercado interno quanto no comércio internacional.
Mais do que exigir conformidade documental, a nova legislação estabelece uma mudança cultural nas operações que envolvem cargas perigosas, impactando todos os elos da cadeia logística.
A
Sertrading
atua como parceira estratégica nesse processo, oferecendo soluções integradas, seguras e assessoria especializada para garantir a plena conformidade com a norma. Nosso foco está na mitigação de riscos e na excelência operacional, acompanhando cada etapa da cadeia logística — do ponto de origem ao destino final.
Fontes:
¹ https://www.dw.com/en/baltimore-bridge-collapse-divers-recover-two-bodies-from-river/live-68677673#liveblog-post-68687249
² https://www.channelnewsasia.com/asia/indias-kerala-state-high-alert-vessel-hazardous-cargo-sinks-its-coast-5153381?
³ abtra.org.br